INFORMAÇÃO SUMÁRIA

Padroeira: Santa Marinha.

Habitantes: 3.717 habitantes (I.N.E.2011) e 3.433 eleitores em 05-06-2011.

Sectores laborais: Extracção de pedra, transformação de granito,  transformação de madeira, construção civil, turismo, comércio, agricultura e pecuária.

Tradições festivas: S. Sebastião (20 de Janeiro), Nossa Senhora da Luz (1º Domingo de Setembro) e Santo Ovídio (dia do Corpo de Deus).

Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja paroquial, Capela de Nossa Senhora da Luz, Capela do Anjo da Guarda, Alminhas da Ponte, cruzeiro (Arnado), ponte romana sobre o rio Lima, pontes da Geia, do Arquinho e do Arco, casas do Outeiro e da Granja, Capela de Santo António e Pedra do Cavalinho, Miradouro do monte de Santo Ovídio, praia fluvial no rio Lima, belezas ribeirinhas dos rios Lima e Labrujó, casas senhoriais do Barreiro, do Conselheiro, do Antepaço, do Pombeiro, de Pomarchão, das Tinocas, da Freiria, do Arrabalde, dos Abreus Limas, Casa Grande, Quinta de Sabadão e Convento de Vale de Pereiras.

Artesanato: Cestaria, rendas, trabalhos em cerâmica, bordados, latoaria, cantaria e talha no granito.
Colectividades: Arcozelo Futebol Clube, Associação Cultural e Recreativa de Arcozelo, Grupo de Danças e Cantares de Ponte de Lima.

 

ASPECTOS GEOGRÁFICOS

Situada na margem direita do rio Lima, que lhe serve de limite com a da vila de Ponte de Lima, esta à margem esquerda do rio, Arcozelo é a mais populosa freguesia do concelho, calculando-se em cerca de 4.025 habitantes, de acordo com dados da Junta de Freguesia em 1999. Arcozelo ocupa uma com uma área de 1.187 há. A sua ligação, desde sempre, ao núcleo urbano da vila de Ponte de Lima, fica eloquentemente atestada, de resto, pelo seu sítio com o nome bem significativo de Rua de Além da Ponte, durante anos e anos fazendo parte da vila e seu maior fornecedor de almas. A este se somam os lugares de Antepaço, Boavista, Cavada, Costa, Faldejães, Freiria, Fulão, Granja, Lousados, Margaridas, Outeiro, Rapido, Riba-Rio, Ribeiro, Ribes, Sabadão, Sobrado, Vale de Pereiras e Vilar, assim se completando a geografia actual da freguesia de Santa Marinha de Arcozelo.

A freguesia é servida por um I.P. próximo, por uma E.N. e, a breve prazo, por um I.C. Dispõe de transportes públicos regulares.
No capítulo das infra-estruturas básicas, existe uma rede de abastecimento de água ao domicílio que cobre cerca de 90% dos alojamentos existentes. O saneamento apenas chega a cerca de 50% da freguesia, pelo que a restante ainda utiliza as tradicionais fossas sépticas. A recolha do lixo, por enquanto abrange cerca de 75% dos alojamentos, numa periodicidade bissemanal.

As principais actividades industriais geradoras de emprego são as confecções, calçado e sobretudo a extracção e beneficiação artesanal do granito, tendo havido nos últimos anos um significativo investimento industrial nessas mesmas actividades.
Quanto à agricultura, segundo informação da autarquia, não é relevante, pois só cerca de 20% dos activos a praticam, 10% dos quais como complemento ao orçamento familiar. Contudo, tem-se assistido a alguns investimentos por partes de jovens agricultores, nas áreas da vinicultura e da floricultura.
Na área do ensino, existe uma escola do ensino pré-primário e escolas para o ensino básico e secundário.
No capítulo da saúde, também a proximidade à sede do concelho supre as lacunas existentes. Na acção social, Arcozelo possui um jardim de infância e um centro de dia.
Para a prática desportiva, existem na freguesia salas de desporto, um campo de jogos, outro de ténis, um polidesportivo e, como colectividades, o Arcozelo Futebol Clube. São várias as associações culturais existentes na freguesia. Na vertente turística, para além do já mencionado património monumental, Arcozelo oferece aos seus visitantes as belezas ribeirinhas dos rios Labruja e Lima, este último com uma praia fluvial digna de registo, pois foi-lhe atribuída a bandeira azul em 1999, o Clube Náutico e as visitas panorâmicas observadas do Monte de Santo Olvídio. De mencionar ainda a capacidade de acolhimento da freguesia, que para além de residenciais e estalagens.

 

RESENHA HISTÓRICA 

Esta é uma terra antiga e rica em testemunhos monumentais e históricos, dos tempos primeiros até, e principalmente, à época da prosperidade senhorial.
Na igreja matriz, do antigo templo românico, talvez do século XII, apenas restam, praticamente, os modilhões das fachadas laterais da nave. São relevos muito pitorescos, idênticos aos de outros templos nortenhos da mesma época: figuras humanas, animais, formas geométricas ou outras possíveis alegorias.
Para além da famosa ponte romana sobre o rio Lima, que liga as duas margens deste rio entre Arcozelo e a Vila de Ponte de Lima, existem, ainda, na freguesia duas pontes antigas. Das duas a mais importante é a Ponte do Arquinho, no lugar de Faldejães, com uma estrutura em cavalete e dois arcos góticos (séculos XIV-XV). Conserva ainda as guardas, a cachorrada e os largos contrafortes. A Ponte da Jeira, perto da igreja matriz, patenteia nalgumas aduelas uma origem romana, mas o seu único arco, já sem guardas na parte superior, sofreu totais reconstruções na Idade Média e posteriormente. Outros sinais exteriores e preservados da grandeza antiga destes termos são, sem dúvida, o Convento (particular) de Vale de Pereiras – fundado em 1368 – e as muitas e interessantes casas senhoriais e quintas que pontuam toda a freguesia.
A Casa do Outeiro, com a sua capela, os terreiros, o portão, o cruzeiro e o aqueduto, no lugar de Santo Ovídio merecem uma referência especial.
A Casa da Granja é um belo e típico solar da região, atribuível aos primeiros decénios do século XVIII. No seu corpo principal corre, no segundo piso, uma varanda de arcos apoiados em pilares, fechados por balaústres, que se firma sobre uma outra arcada rasgada no piso inferior (de acesso às dependências da lavoura). Encosta-se este corpo principal a uma torre quadrangular ainda de carácter seiscentista, que na face ocidental é prolongada por uma das fachadas laterais da construção. No ângulo formado pela torre e pela fachada nobre encaixa a escadaria que vai até à varanda – escadaria elegante e de certo aparato, de balaustradas barrocas.
À entrada do terreiro que enfrenta a casa, impõe-se o portal fidalgo cortado num muro setecentista (que outrora apresentou ameias) e flanqueado por duas pedras de armas. Entre o portal e a casa-torre, já no terreiro, levanta-se uma capela muito simples, com a data de 1718.
A Casa de Faldejães, construída por Gaspar da Gama, nos finais do primeiro quartel do século XVIII, patenteia uma estrutura e pormenores que a ligam aos palacetes que o engenheiro-arquitecto Manuel Pinto de Vilalobos deixou em Viana do Castelo.
A fachada nobre do edifício, de um barroco linear e robusto, alardeia no segundo piso uma fiada de cinco típicas varandas, cujas padieiras, de molduras rectilínias, suportam placas com uma forma trapezoidal (como acontece com as janelas e portas do piso inferior). Na extremidade esquerda do solar levanta-se a capela, com o seu nicho entre volutas, valorizada por uma inscrição onde se lê a data de 1721. Dentro da capela, um retábulo de talha dos fins de Setecentos.
A Casa de Pomarchão é um dos mais conhecidos e famosos solares do norte do país, se bem que de arquitectura arcaizante. Pela data de 1755, que se encontra na capeIa, e pela de 1760, inscrita no portão de ferro da entrada, julga-se que a moradia remonta aos inícios do terceiro quartel do século XVIII.
Insere-se a construção, todavia, na corrente tradicional vinda da centúria anterior, como o demonstram as colunatas de sabor maneirista das fachadas principal e lateral (ambas com longas varandas cobertas). Escadarias barrocas de um só lanço permitem, em cada uma dessas fachadas, o acesso às respectivas varandas. Entretanto, numa das extremidades da frontaria nobre levanta-se o habitual torreão de três andares, aqui enriquecido de lindas janelas lavradas e de altos pináculos (iguais aos do telhado do corpo residencial). Em ângulo recto com o torreão ergue-se a capela, nitidamente da segunda metade do século XVIII, sobrepujada por uma cornija rococó.
O grande pátio fronteiro ao edifício é fechado por um muro guarnecido de pirâmides, a meio do qual irrompe, por cima do portal, a pedra de armas dos Malheiros Reimões. No interior do solar guardam-se móveis e quadros de interesse, enquanto na capela se observa um retábulo de talha “rocaille” dos fins do século XVIII.
Mas não se fica por aqui o amplo conjunto de residências da aristocracia do “ancien régime” instalado na freguesia de Arcozelo – muitas delas competentemente aproveitadas para o turismo rural. Enumeram-se ainda os seguintes exemplos: a Casa do Arrabalde, outrora dos Távoras Portocarreros, no bairro de Além da Ponte, casa equilibrada e graciosa, provavelmente do terceiro quartel do século XVIII (conforme insinuam os decorativos remates das janelas barrocas); a Casa de Pombeiro, no lugar de Sabadão, anunciada pelo seu portal brasonado e a mostrar, ao fundo do pátio, uma fachada tardia de varanda alpendrada e dupla colunata (segunda metade de Setecentos); a Casa dos Abreus Limas, perto da anterior, e também da segunda metade do século XVIII, com uma entrada aparatosa, aberta num muro sobrepujado pela pedra de armas e por ameias, mas de modesto corpo habitacional; a Casa Grande, na zona de Além da Ponte, obra já oitocentista, neo- clássica, assinalada pelo brasão e sacadas.
A Pedra do Cavalinho, situada apenas a 5 metros do muro de suporte do adro da Capela de Santo Ovídio, no monte do mesmo nome, merece ainda a nossa atenção.
Igualmente dignos de registo, o cruzeiro antigo no Souto da Forca, o lugar de Faldejães e a capela de Nossa Senhora do Carmo, chamada antes da Esperança e colocada sobre a ponte junto à Torre Velha, e a de S. Miguel do Abrigo (conversão morfológica dos vocábulos arcaicos abrego e aurega) ou do Anjo da Guarda, situada exactamente no monte de Santo Ovídio, em assento na margem direita do Lima, defronte da vila, no Campo de Arnado, antes da ponte.
Esta ermida antiquíssima – é impossível averiguar o século em que foi fundada – tem as costas voltadas contra o rio e a frente para os terrenos que ele no século XIII cortava, quando a única ponte existente sobre a extensão do Lima, desde a sua origem até à foz, era a que ainda hoje subsiste, em frente da Igreja de Santo António da Torre Velha, em seco, no feitio de albardão.
É um padrão quadrangular, todo em pedra, abobadado, aberto por três arcos, ostentando embutida na parede do fundo uma tosquíssima figura humana, de granito, que dizem representativa de S. Miguel, o qual segura na mão esquerda uma balança, destinada a pesar as almas e os seus pecados, e na direita brande um sabre ou espada, na atitude de estripar o espírito maligno, o diabo alado, sob cujo ventre resistente carrega com pé firme.
Finalmente, a Casa da Freiria – que foi de Dom Manuel Meneses, fidalgo e vigésimo quarto neto do rei Dom Fruela, o II de Leão – apenas conserva alguns elementos do palacete originário, da segunda metade do século XVIII (que foi arrasado nos começos do nosso século e reconstruído, a seguir, com sensíveis modificações).

 

Inventário do Património Arquitectónico 

Em  http://www.monumentos.pt

INFORMAÇÕES DETALHADAS ACERCA DE:

► 14 Marcos Miliários ( Série Capela ) Braga a Tuy ( v.  16… e  16… )

► Alminhas da Ponte

► Capela do Anjo da Guarda

► Casa da Quinta de Pombeiro de Sabadão

► Casa de Pomarchão

► Casa do Arrabalde / Casa dos Abreu Maia

► Casa do Conselheiro / Casa de Faldejães

► Casa do Outeiro, com Capela, Terreiros, Portão, Cruzeiro e Aqueduto

► Igreja de Santo António da Torre Velha / Capela de São Gonçalo

► Igreja Paroquial de Arcozelo / Igreja de Santa Marinha

Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Freguesias- Autarcas do Séc. XXI, Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo.

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